Apesar da mudança para uma experiência e economia de serviços, os consumidores continuam comprando bens materiais a taxas sem precedentes. Na indústria da moda, apesar de todas as alternativas para a implementação de um sistema slow, estima-se um aumento de 63% na produção de vestuário até 2030, colocando pressão severa sobre os recursos e modelos de negócios existentes.
No entanto diversas empresas de moda estão adotando um modelo circular de produção para manterem um curso de crescimento. Agindo de forma diferente – e se afastando de modelos de fabricação linear para circulares as empresas podem buscar lucro e crescimento ao mesmo tempo, criando um novo valor para o mundo da economia na moda.
Programas de sustentabilidade ganham cada vez mais espaço, as empresas têm se preparado para o futuro com iniciativas voltadas para o cliente e se concentram em tornar essas ações possíveis, convenientes, e de fácil entendimento para todos os consumidores.
A sustentabilidade é um assunto complexo para o consumidor médio – muitas vezes é difícil para eles fazerem escolhas éticas, apesar de suas boas intenções. Enquanto a maioria dos compradores mais jovens alegam que a sustentabilidade é um fator importante nas suas decisões de compra, seu comportamento sugere o contrário, pesquisas comprovam que ainda é pequeno no número de jovens que reciclam suas roupas, por exemplo. Porém ao mesmo tempo os jovens já pensam na probabilidade de aumento de vida útil de seus produtos, escolhendo peças que durem mais, com melhor qualidade e que tenham propostas de ajuda ao planeta.
Reciclagem é um caminho fundamental para marcas e varejistas para promover a circularidade nas lojas e ajudar os consumidores a navegar pela sustentabilidade. Fibras doadas agora estão encontrando seu caminho de volta ao produto, estendendo sua vida útil e o valor do material.
Grupos como a H & M, já arriscam em metas ambiciosas em torno da sustentabilidade, dizendo que até 2030 pretende usar materiais 100% reciclados e sustentáveis em seus produtos. Hoje a maioria de suas marcas já utilizam caixas de reciclagem, que são caixas de retorno de peças usadas, essas peças geram aos consumidores um vale de £ 5, que pode ser usado como parte do pagamento de suas compras futuras, incentivando cada vez mais os consumidores a práticas conscientes.
Empresas que assumem ações como essas, acreditam que conseguem melhorar a cadeia além de tornar seus clientes mais conscientes, é uma nova forma de pensar, e movimentos como esse de retorno das peças, por exemplo, serão cruciais para a abertura da rota para um mercado circular, garantindo um futuro de suprimentos e fontes recicladas de materiais.
Outra ação desenvolvida por algumas marcas é o lançamento de coleções com fibras recicladas e a utilização de algodão 100% orgânico, materiais esses incorporado por diversas empresas que focam na sustentabilidade como uma de suas metas
A circularidade é a nova aposta das empresas de moda e está dando origem a uma nova relação entre marcas premium e seus produtos, colocando um foco maior em reutilização permitindo que o produto ganhe um valor significativo. O negócio incentiva o movimento circular, mostrando que a gente precisa reduzir o desperdício e o consumo. Mas para muitos observadores da indústria e defensores do meio ambiente, atentos ao modelo de negócio circular, acreditam quem ações isoladas não sustentam a pressão sobre os recurso e consumo, eles acreditam que a indústria da moda precisa também lidar com questões subjacentes do consumo excessivo, criando uma maior consciência no seu cliente.
Os consumidores querem ser mais sustentáveis mas precisam de ajuda e educação para fazerem melhores escolhas. Os varejistas precisam entender seu papel como comunicadores e facilitar a linguagem e entendimento da circularidade como ferramenta de mudança. Com um maior conhecimento dos clientes, as empresas devem ficar atentas ao greenwashing, pois eles não irão tolerar serem enganados. Comunicar o que de fato é feito é extremamente importante, até mesmo comunicar que é praticamente impossível a reciclagem de 100% dos tecidos, por exemplo.
Estar atento as mudanças, facilitar a comunicação, se questionar sobre os desejos, anseios e necessidades do consumidor é o papel das marcas que querem projetar um futuro no mercado de moda atual. Pensar em como a circularidade será possível e como incluir isso em sua empresa é a base para os antigos e novos negócios. Entender como será a longevidade do produto, o preço de revenda e como isso irá impactar o consumidor, são questionamentos diários e que fazem parte desse desejo e necessidade de mudança. Está mais do que na hora de parar para pensar em como a sua marca pode participar disso.