Você já ouvi falar em upcycling? Uma dupla criativa, baseada em Florianópolis, tem trabalhado para ser referência no assunto. Léo Begin, artesão, e Raphael Fagiolo, designer de moda, são os responsáveis pela Rust Miner, marca de acessórios com três anos de mercado. O início da marca aconteceu de maneira inesperada: Raphael precisava de um carimbo para estampar uma camiseta, então pegou um solado de chinelo, cortou-o em formato de caveira, estampou a camiseta e depois passou a usar o carimbo como colar. Os amigos viram, queriam comprar, e a enorme procura despertou a vontade de montar uma marca que atendesse esse público, que assim como eles buscava criações diferentes.
A Rust Miner começou como uma marca de acessórios masculino, mas com o tempo o consumo feminino ganhou relevância pra empresa, e atualmente não há mais distinção entre os consumidores. O que tem chamado atenção é o processo de desenvolvimento, que começa com materiais garimpados entre sucatas de ferros-velhos, oficinas e antiquários; a partir daí eles transformam esse material em acessórios com estética refinada. O processo é completamente manual, dessa maneira é preservada a história por trás de cada peça, e nenhuma fica igual à outra. O produto pronto impressiona pelo acabamento, é uma nova visão sobre o artesanato, percebido como arte, resultado do valor do design incorporado após o processo criativo. Eles explicam que, assim como metais e pedras preciosas estão para os joalheiros, pequenos objetos de ferro-velho e peças de bicicleta tornam-se matéria bruta a ser lapidada.
“Olhar para algo que está descartado, ver beleza nisso, criar a partir dele um novo produto, de estética refinada, é um desafio artístico. Mas também é uma forma de repensar o impacto de nossas ações no meio ambiente”. Com essa citação de Raphael, fica claro que os anos de experiência em uma grande indústria têxtil estavam com os dias contados. Ambos atuavam no mercado de fast fashion (a moda de consumo rápido), e desde a criação da Rust Miner vivenciam o oposto, completamente voltados para o consumo consciente, o slow fashion.
A marca está alinhada com o comportamento que aponta para um novo consumidor, que passa por questionamentos na hora da compra, uma nova forma de consciência que atinge a sociedade – esse novo movimento faz com que as pessoas se preocupem com os processos produtivos e também de descarte dos produtos adquiridos. Léo afirma que eles não desejam que os clientes comprem seus produtos e que um mês depois, com uma nova tendência, não vejam mais utilidade pra eles. A dupla cria com o objetivo de que os acessórios sejam atemporais, que possam ser usados o maior tempo possível. “Esperamos que o nosso público compre porque se apaixona, que viva uma experiência e que, por meio da Rust Miner, ajude o meio ambiente através do consumo consciente”, afirma Léo.
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