Sempre gostei de mudanças.
Acredito em fechamento de ciclos e, principalmente, na reciclagem de processos em alguns momentos das nossas vidas. Vejo essas movimentações como atitudes vitais para a evolução. Sempre que mudamos de direção e tomamos um novo caminho, a energia se renova e a criatividade se fortalece. Ao longo desse tempo, a Catarina passou por muitas evoluções, desde o projeto gráfico, passando pelo conteúdo, até a sua distribuição. Mesmo valorizando o universo online, nosso DNA sempre esteve alicerçado por uma impressão impecável, com perfil de publicação colecionável e conteúdo atemporal. O nosso leitor sempre valorizou ter a revista em mãos, por isso ela seguirá em suas versões impressa e digital. Mudaremos, mas nunca perderemos nossa essência. Sempre seremos a revista que acredita na liberdade criativa, sem limitações comerciais e livre de fronteiras geográficas. Então, neste momento você deve estar se questionando a qual mudança estou me referindo. Posso afirmar que é um novo posicionamento e que ele acontecerá através de um novo nome. Esta é a última edição que a revista terá Catarina como título.
Foi uma decisão difícil. Tenho uma ligação emocional com a marca, por isso mesmo ela permanecerá na nossa agência de publicidade/editora. Ainda não posso contar para vocês qual é o nosso novo título. O que posso explicar agora são os motivos que me levaram a tomar essa decisão. Foram muitos fatores, mas dois de maior relevância e que divido aqui com vocês.
1. Quando criei esta publicação, não existia nada que levasse o nome Catarina. Eu amava a sonoridade, o fato de parecer um nome feminino que remetia ao estado que ela tinha como objetivo divulgar, o meu estado, Santa Catarina. A logo faz o meu coração bater mais forte até hoje, gosto do manuscrito que foi desenvolvido exclusivamente para a revista, vejo uma ótima dupla, marca e logo que se completam. Porém, conforme os anos foram passando, outras empresas foram lançando produtos e marcas com “Catarina”, de diferentes segmentos, inclusive na moda. Até mesmo revista e eventos de moda locais. Em alguns momentos, agi de acordo com o que a lei determina, já que o direito de uso da marca é meu, foi registrada por mim desde a primeira edição da revista, mas não era exatamente a questão legal que me incomodava. O que me incomodava era o fato de ter produtos no mercado que não condiziam com o nosso perfil criativo, de qualidade ou mesmo de valores, fazendo com que o público pensasse que nós estivéssemos realizando e produzindo esses trabalhos.
O tempo foi passando, e fui amadurecendo a ideia de que a revista já havia cumprido o seu papel. Sempre trabalhei para fortalecer o cenário regional. Divulgamos além das fronteiras o que acontecia de melhor e trouxemos de diferentes lugares do mundo as mais completas informações para os nossos leitores.
2. Com o fortalecimento da revista, principalmente no mercado internacional, por meio das nossas conexões e coberturas dos maiores eventos de moda, estava comprovado que a nossa revista nunca fora uma publicação regional. Pelo contrário, com distribuição nacional e internacional, um dos obstáculos dentro do mercado brasileiro sempre foi ser visto com o rótulo “regional”. Eu não veria problema algum se isso fosse verdade, mas nunca foi. A Catarina nunca teve fronteiras, é com certeza a revista brasileira de moda com maior liberdade na sua construção editorial. Para nós, se há talento e criatividade, não importa a nacionalidade, sempre publicamos aquilo em que acreditamos, como foi o caso de matérias como a da nova geração de estilistas belgas, entre outras tantas pautas no mesmo perfil. Então, nós nos questionávamos na redação se era justo levar o rótulo de regional, quando sempre fomos o oposto.
A revista cresceu e precisa globalizar sua marca de acordo com o trabalho desenvolvido nela. Por isso veio a decisão final de mudar de nome a partir da próxima edição, quando ela passará por ainda mais mudanças. Entre tantas novidades que estamos preparando, a maior delas está na entrada de um diretor criativo que atuará junto comigo no comando da revista. A entrada dele não aconteceu por uma decisão racional; mesmo eu digerindo esse momento de crescimento, não estava nos meus planos trazer alguém para formar um dupla criativa comigo. Mas a vida sempre reserva grandes surpresas, e em uma dessas gratas surpresas aconteceu um encontro com grande identificação de valores, criação e sonhos. Tenho certeza de que como todas as outras vezes, quando fizemos algo novo na revista, vocês irão gostar. E com tudo isso acontecendo, como entregar a vocês, nossos leitores queridos, a última edição com o nome Catarina? Optamos por imagens apenas, como um respiro inspiracional para esse novo momento que nos aguarda. Editoriais lindos de colaboradores que, junto conosco, constroem a nossa revista.
Você pode adquirir a sua edição impressa aqui ou baixá-la gratuitamente com nosso aplicativo na App Store.
Beijos,
Patricia Lima
Editora-chefe