A influência da França na moda é indiscutível. Já estamos acostumados com o poder das grandes maisons como Chanel, Dior e Yves Saint Laurent, mas em paralelo, grifes alternativas têm provado sua força de mercado e conquistado um público fiel de jovens consumidores.
Um exemplo claro é The Kooples. Criada pelos irmãos Alexandre e Laurent Elicha, a marca incorpora a elegância francesa com o urbanismo britânico. O mix de produtos é bastante variado, englobando peças casuais com alfaiataria marcante, tanto para homens quanto mulheres. Alias, o conceito por traz da marca é justamente que casais possam fazer compras juntos em uma mesma loja (daí o nome “The Kooples”), por isso todas as campanhas mostram jovens namorados reais.
Toda a comunicação da marca está em anúncios nas maiores revistas alternativas internacionais (como a i-D e a Dazed and Confused) e depoimentos em vídeos dos namorados, narrados de forma casual e espontânea. Os casais convidados para participar da campanha nem sempre são compostos por uma garota e um rapaz, o que apela ao público gay de maneira sutil, sem perder a classe The Kooples vai além das roupas e acessórios e trabalha com toda uma agenda cultural em Londres e Paris, com lançamento previsto até para uma gravadora para difundir o talento musical dos casais.
Apesar das ações pouco tradicionais, os investimentos da marca não fogem do padrão das renomadas maisons. Desde 2007, as coleções contam com a colaboração de Patrick Grant, diretor da Norton & Sons, conceituada empresa de alfaiataria londrina. O ar vintage e a qualidade impecável agregam ainda mais valor e contrastam de forma interessante com a modernidade da marca. Em termos de localização, The Kooples pode ser encontrada nos bairros preferidos das fashionistas britânicas e francesas, inclusive com uma loja na rue Royale, pertinho da Gucci, Chanel e Dior.
Uma marca que começou como uma ideia despretensiosa, hoje The Kooples tem valor estimado em €250 milhões. “Aprendemos muito quando trabalhamos com nossos pais, mas hoje conseguimos caminhar sozinhos,” conta Alexandre. Em um mercado onde originalidade e preços competitivos nem sempre andam juntos, marcas como a The Kooples se transformam em grandes cases empresariais, explorando um público com crescente poder aquisitivo e muitas vezes carente por novidades.
Camila Beaumord