Brasileiros superam a média mundial em compras online

29.05.2012

O Brasil é o terceiro país do mundo que mais consome produtos através da internet, atrás apenas da Índia e da China. O brasileiro gasta, em média, 27% da sua renda com produtos vendidos nos e-commerces, de acordo com a pesquisa “Global Online Shopper Report” da WorldPay, com cyber consumidores de 15 países. São números que superam a média mundial, de 23% (patamar norte-americano).

 

Outro dado importante da pesquisa mostra que 8% dos entrevistados brasileiros gastam metade da renda mensal disponível nesse tipo de compras. O estudo relacionou o comportamento dos consumidores desde o início da recessão mundial e detectou que, no Brasil, 39% dos compradores afirmam gastar mais em compras online desde a crise e 19% disseram gastar menos, resultando em um crescimento de 20%. Aproximadamente 30% dos consumidores online afirmam que utilizam o ambiente de trabalho para fazer essas compras, enquanto 8% adquirem os produtos durante feriados e 7% em locais como cafés e restaurantes.

 

Prova dessa evolução é o investimento de marcas nacionais em lojas online, tanto de grandes empresas como Osklen, Cantão, Le Lis Blanc, Farm – que utilizam essa ferramenta como mais uma opção para atender as necessidades dos clientes – quanto de novas marcas que trabalham apenas com vendas pela internet. Outras tantas lojas virtuais alcançam sucesso instantâneo por oferecer produtos de marcas que não são de fácil acesso a todos os consumidores; um exemplo delas é a Farfetch, o e-commerce londrino que está há mais de dois anos no Brasil e torna acessível o consumo de artigos de luxo do mercado nacional e internacional.

 

 

 

Emanuele Lazzari

 

A dura vida de modelo

23.03.2012

São poucas as profissões que geram tanta controvérsia quanto a de modelo. Ano após ano, surge uma nova polêmica na indústria (ou a reciclagem de um antigo debate) que acaba afetando a visão mundial sobre os padrões de beleza. É o caso da nova lei de Israel, divulgada esta semana, que define os parâmetros de saúde para que uma modelo possa trabalhar no país.

 

O papo é bastante sério:  segundo o texto, a participação de uma modelo em qualquer tipo de mídia só poderá ser aprovada mediante a apresentação de um relatório médico atual, que especifica as condições de saúde da paciente. A referência é o Índice de Massa Corporal estipulado pela Organização Mundial de Saúde (chegar a um resultado abaixo de 18,5 significa que o candidato sofre de desnutrição e, no caso das tops, é base para cancelamento de contrato).

 

Bar Refaeli, principal modelo de Israel, estrela o calendário da Passionata

 

Esse movimento já é seguido por outras entidades. Coselhos como o CFDA e o British Fashion Council cada vez mais impõem regras para assegurar o ambiente de trabalho saudável para as modelos. Mas em um setor em que as qualidades físicas de seus profissionais predominam quaisquer outras características, nem sempre é fácil controlar as irregularidades.

 

É o que acontece com as modelos “meninas”, outra grande discussão do ano devido à exposição do problema pelo documentário Girl Model, exibido em diversos festivais de cinema – inclusive no SXSW, mais recentemente. Embora as leis trabalhistas sejam claras (na grande maioria dos países, é necessário ter no mínimo 16 anos para atuar no segmento adulto), há milhares de garotas pré-adolescentes ingressando no feroz mercado da moda.

 

O doc de Ashley Sabin e David Redmond acompanha as dificuldades da siberiana Nadya Vall, que viaja para Tóquio sozinha, aos 13 anos, para estrelar em seu primeiro trabalho como modelo. Momentos desesperadores com as barreiras do idioma e as inseguranças do começo da carreira são todos retratadas. Os diretores afirmam que a intenção nunca foi de gerar polêmica ou mudar a indústria: “Não queremos desmoralizar a indústria da moda. [O filme] tem mais a ver com criar um espaço participativo para se ter uma conversa a respeito do fato.”

 

E haja conversa! “Essas meninas são abusadas, seja financeiramente, sexualmente ou emocionalmente,” declara Rachel Blais, modelo de 26 anos que serviu como consultora para a elaboração do documentário. “Elas são levadas para longe de casa e, na maioria das vezes, nem entendem a língua! Elas vivem com outras modelos, que também são jovens e isso normaliza coisas que não são normais.” Rachel ainda diz que as garotas são alvo fácil para a prostituição, que as mentiras em torno de suas idades partem das próprias agências e que cirurgias plásticas para agilizar o amadurecimento físico das meninas não são raras.

 

Nadya Vall, em editorial para a revista Brand – abril de 2011

 

Em contrapartida, a própria Nadya Vall (hoje com 17 anos) está enfurecida com o enfoque do documentário e desmente tudo que aparece na tela. “Minha agência […] sempre me leva a boas agências no exterior! Eles não mentem e cuidam muito da gente,” exclama. A jovem até tentou entrar em contato com o diretor Redmond: “Após o lançamento do filme, escrevi uma mensagem perguntando por que eu estava recebendo cartas de pessoas desconhecidas de outros países. Elas me ofereciam ajuda como se eu fosse uma vítima, então pedi a ele o filme para assistí-lo inteiro. Ele respondeu que não entendeu a resposta das pessoas e que me enviaria uma versão em russo. Mas até agora, não recebi nada!” Nadya promete cortar qualquer tipo de comunicação com a produção de Girl Model, e sua agência (NOAH) já prepara os processos judiciais para proteger os interesses da modelo. “Essas pessoas horríveis fizeram uma história real virar um lixo. Eles NÃO DEVEM SER CONFIADOS!” finaliza Vall.

 

Veja o trailer do documentário responsável pela controvérsia:

 

 

 

Camila Beaumord

Imagens: Divulgação

 

Beleza em Série

22.03.2012

As atrizes dos seriados apareceram essa semana lindas por aí:

 

A primeira foi Leeigton Meester que voltou às gravações de Gossip Girl, em NY, com um vestido floral e um trench coat amarelo de dar inveja.

 

 

Gravidissima, Alison Hannigan foi a première de American Pie em Los Angeles com um mini vestido verde brilhante.

 

 

Já January Jones de Mad Man, foi a um evento do New York Times, o Times Talk. E para ocasião escolheu um look um pouco mais formal, mas sem perder a elegância.

 

 

E a atriz de Homeland, Claire Danes, apareceu em Hollywood, com um vestido com estampa de leopardo e um cinto vermelho para quebrar a sobriedade do look.

 

Mulheres que inspiram

8.03.2012

Hoje é o Dia Internacional da Mulher e, como homenagem da equipe predominantemente feminina da Catarina, escolhemos algumas figuras que nos inspiram para destacar aqui no site. São empreendedoras sociais que usam a moda para provocar mudanças positivas, muitas vezes, em comunidades bem longe de onde vivem. É o caso das canadenses Consuelo McAlister e Anne Pringle, fundadoras da Local Buttons. A empresa trabalha exclusivamente com alfaiates haitianos para a renovação de peças usadas, em parceira com a ONG INDEPCO.

 

Anne e Consuelo no Haiti, com o material para as próximas peças.

 

“Nossa formação é em Relações Internacionais, pela York University em Toronto. Após a graduação, […] estávamos à procura de ações para engajar nossa comunidade local,” contam as criadoras. Inspiradas pela diversidade da moda canadense, as amigas foram em busca de uma maneira de promover a sustentabilidade para um grande número de consumidores, focando em valores como remuneração justa e boas condições de trabalho. “[A ideia] evoluiu com o tempo como um processo orgânico, que incluiu pesquisas e experiência prática,” explicam. Com o apoio da INDEPCO, as fundadoras atuam como um elo entre designers do Canadá (que criam as peças) e a mão de obra do Haiti, para a confecção. E o material é todo reaproveitado. “Decidimos usar a moda sustentável, pois é um viés muito divertido, mas também é algo com que todos se relacionam, então funciona como uma ferramenta universal para discutir assuntos sustentáveis,” concluem.

 

Quem discute um tema bastante delicado é Shannon Keith, fundadora do International Princess Project, que emprega mulheres que foram forçadas à prostituição na Índia. “Quando elas finalmente conseguem escapar dessa vida – e olha que muitas não conseguem! – são excluídas da sociedade indiana e têm bastante dificuldade para encontrar trabalho,” lamenta a americana, que entrou em contato com essa realidade em uma visita ao país com seu grupo de igreja, em 2005. “Tenho experiência em vendas então, na hora, pensei com meu marido ‘E se elas fizessem algo que eu pudesse revender nos Estados Unidos?’” Assim, desenvolveu o centro IPP, que inclui a iniciativa Punjammies – uma linha de pijamas confeccionada pelas mulheres e vendida no site da instituição.

 

Linha vendida pela IPP.

 

“Cada Punjammie conta a história de uma mulher que, por muito tempo, não teve voz,” anuncia o portal. “Você pode ajudar a reconstruir vidas que foram abaladas pela escravidão dos tempos modernos. Vista Punjammies. Vista a esperança”.

 

A Sseko, empresa de sandálias de Liz Forkin Bohannon, também foi inspirada em uma viagem. “Ao viver na Uganda – para onde me mudei após concluir a faculdade de jornalismo – conheci um grupo de mulheres incríveis, talentosas e ambiciosas, que precisavam de uma oportunidade financeira para poder atender a universidade e ir em busca de seus sonhos,” conta. Liz pesquisou uma série de ações com as garotas até achar o meio perfeito: sandálias! “Passei semanas viajando pelo país atrás dos materiais necessários, tentando aprender tudo que eu podia sobre a confecção de calçados. Contratei três jovens mulheres e, em pouco tempo, embaixo de uma mangueira, uma empresa de sandálias no Leste da África nasceu!”

 

Confecção da sandália Sseko.

 

Linha especial para noivas.

 

Hoje, a Sseko é reconhecida internacionalmente e Liz participa de fóruns ao redor do mundo para contar sua história. A coleção de sandálias evoluiu para incluir uma linha especial para casamentos e até carteiras. “Ainda estou aprendendo. Cometo erros e faço uma bagunça! Mas está sendo uma aventura linda,” afirma Liz.

 

Estes são apenas três exemplos de mulheres que trabalham focadas em mudar vidas com ações simples, mas poderosas. Esperamos que suas histórias tenham inspirado você também!

 

Camila Beaumord
Imagens: Divulgação

 

Invasão belga em Paris

5.03.2012

 

A mais conceituada semana de moda internacional é palco para os maiores talentos do mundo. A força das Maisons francesas ainda é evidente nas passarelas de sua Paris Fashion Week, mas o evento considera representantes de outros locais com boas marcas e poder na criatividade. Essa valorização explica a migração londrina de algumas temporadas (Stella McCartney, Gareth Pugh, Rick Owens, Alexander McQueen e Vivienne Westwood todos apresentam na França) e, mais discretamente, a invasão belga. Assim como Tóquio se lançou para o mundo nos anos 1980 e afirmou sua posição como polo de moda, a Bélgica hoje abriga alguns dos mais bem sucedidos designers, que conquistaram a difícil proeza de agradar um público fiel, sem comprometer seu estilo.

 

Começaremos com Anthony Vaccarello, um dos queridinhos desta temporada. Filho de italianos, o designer deixou Bruxelas para se instalar em Paris após ter ganhado o prêmio máximo do prestigiado Hyères Festival em seu ano de graduação. Vaccarello aprendeu com o mestre Karl Lagerfeld a arte do manuseio com peles na Fendi. Dois anos depois, em 2008, chegou o momento de lançar sua própria label, que se consagra por apresentar um conceito de alfaiataria ultrasexy (isso é reafirmado com a conquista do prêmio ANDAM no ano passado, que também privilegia novos talentos).

 

Com apenas 32 anos, Vaccarello fez manchetes com seu desfile de Outono/Inverno 2012/13 por sua associação ao grande retorno da top Karlie Kloss nas passarelas. Fora o casting e a parceria com Giuseppe Zanotti nos acessórios, a coleção merece grande destaque por si só. Looks mais cobertos com referências militares iniciaram o desfile, sendo desconstruídos aos poucos com decotes e recortes assimétricos. A alfaiataria masculinizada deu espaço para a série de vestidos e saias curtinhos, antes ainda da sequência dos metalizados, com longos, macacões e calças com cós mais largo. O deslumbrante vestido preto, usado por Anja Rubik, foi a peça escolhida para fechar o desfile.

 

 

 

 

Anthony Vaccarello Collection, AW 2012/13

 

Dez anos antes de Vaccarello se lançar no mercado, o casal An Vandevorst e Filip Arickx já estavam apresentando sua primeira coleção na capital francesa, sob a marca AF Vandevorst. A história de amor (tanto um pelo outro, quanto pela moda) começou em 1987, quando An e Filip se conheceram na prestigiada Academia de Moda de Antwerp. “Permanecemos na mesma classe durante os quatro anos,” explica o designer. “Depois, queríamos adquirir o máximo de experiência profissional possível. Nós dois trabalhamos para outros designers e marcas durante quase sete anos, até montar nossa própria.”

 

A decisão de esperar provou ser sábia. A exposição da primeira da coleção da AF Vandevorst em Paris trouxe o prêmio Venus de La Mode e chamou a atenção do público local pelo primoroso trabalho com texturas e contrastes (peças com clara inspiração na moda íntima muitas vezes são cobertas por jaquetas, casacos, trench-coats e capas, exibindo tanto a delicadeza da lingerie, quanto a dureza da alfaiataria). A linha de sapatos veio em 2003 e a de lingerie, três anos depois.

 

Nesta edição da Paris Fashion Week, a grife fez uma homenagem à dançarina Pina Bausch. Seu modo andrógino de se vestir foi misturado a elementos típicos da dança (como o uso da seda nos figurinos, que apareceu com destaque), em um agradável contraste. Seu companheiro, o artista alemão Joseph Beuys – que já serviu de inspiração para a marca em outras ocasiões – também se fez presente: todas as modelos apareceram com os rostos cobertos, característica marcante nas obras de Beuys.

 

 

 

 

AF Vandevorst Collection, AW 2012/13

 

Veronique Leroy é outro nome de destaque acolhido em Paris. Natural da cidade de Liége, a estilista se matriculou em moda na capital francesa em 1984, conquistando a vaga de assistente de Azzedine Alaïa poucos anos depois. Assim como Anthony e a dupla da AF Vandevorst, a experiência com o mercado foi fundamental para a criação de sua própria marca, que estreou em 1994 com muito louvor. Veronique permanece com sua grife independente, incorporando uma linha de moda praia em 2005, e atuou também na direção criativa da Leonard até a temporada de Primavera/Verão 2012.

 

 

 

 

Veronique Leroy Collection, AW 2012/13

 

Mas a moda belga não é completa sem seus mais antigos representantes: Ann Demeulemeester, Dries van Noten e Martin Margiela. Formandos do início da década de 1980, os designers ganharam notoriedade por apresentarem uma moda avessa ao glamour europeu da época, inspirada muito mais nas estéticas de vanguarda trabalhadas pelos japoneses. Margiela, que iniciou a carreira com Jean Paul Gaultier e atuou como diretor criativo da Hermès em paralelo a sua própria Maison, introduziu elementos excêntricos como braços esticados e costuras à mostra, sempre com apelo minimalista. Apesar de não atuar em sua própria grife desde 2009, o legado deixado por Martin é incontestável e usado como referência por diversos novos talentos.

 

Já Ann Demeulemeester e Dries van Noten, ex-integrantes do coletivo criativo Antwerp Six, permanecem na ativa e com total controle de suas linhas; Ann, em especial, enfatiza a importância da independência financeira e no design, chegando a recusar propostas de estabelecidas grifes. Totalmente conceitual e (muitas vezes) sombria, a estilista encanta por sua precisão nos detalhes, com referências que passeiam pelos universos punk, gótico e até japonês. Cabelos espetados e ornados por enormes penas deram o tom da coleção de Outono/Inverno 2012/13, que trouxe uma alfaiataria assimétrica, formas próximas ao corpo, golas extravagantes e bastante couro. Como uma das juradas fixas do festival Hyères, Ann também é uma forte influência no meio, principalmente entre jovens designers.

 

 

 

 

Ann Demeulemeester Collection, AW 2012/13

 

Diferentemente do panorama “dark” apresentado por sua colega, Dries van Noten foca em uma estética minimalista, regada por experimentação com cores, estampas e camadas. Adorado por estrelas como Cate Blanchett e Maggie Gyllenhaal, além da princesa Mathilde da Bélgica, o designer está presente em mais de 400 pontos de venda no mundo todo. “Mas as dificuldades [de manter uma marca independente] foram muitas,” revela van Noten. “Embora o ‘preço’ tenha valido a pena. Nunca buscamos parcerias financeiras em toda a história da companhia. Acho que o período mais difícil foi naquela época dos anos 1990, quando os grandes grupos estavam comprando tudo. Foi um momento interessante na história da moda e fico feliz por ter sobrevivido a ele.” Com as vantagens trazidas por essa liberdade, Dries afirma estar em constante crescimento como designer e criativo. “Ela me leva a poder sempre mostrar uma nova personalidade com cada coleção que produzo,” concluí o estilista, que exibiu um direcionamento bastante oriental na última semana de moda.

 

 

 

 

Dries van Noten Collection, AW 2012/13

 

Fora do circuito independente, é impossível não mencionar Raf Simons, que liderou a equipe da italiana Jil Sander e deixou seu posto nesta estação, em meio a boatos que estaria cotado para substituir Galliano na Dior (de qualquer maneira, o designer segue com sua linha masculina própria). Há também Cedric Charlier, considerado pela crítica o “responsável por reposicionar a Cacharel de forma emocionante e atual”, que estreou sua grife homônima no primeiro dia da Paris Fashion Week. Com seu afastamento da tradicional Maison, o estilista desfilou uma série de femme fatales em silhuetas ajustadas e referências quase militares (no sentido “Matrix”, como apontou a jornalista Alice Pfeiffer), ganhando força nos acabamentos resinados, metalizados e envernizados.

 

 

 

 

Cedric Charlier Collection, AW 2012/13

 

Traçados a partir da mesma origem, os caminhos tão distintos percorridos pelos designers belgas também parecem chegar ao mesmo fim: o sucesso. Nas palavras de Filip Arickx, “Nossas raizes belgas são a nossa identidade, que [representam] nossa força, senso de realidade e espírito trabalhador.”

 

Camila Beaumord
Imagens: Vogue.it

 

Talentos de Vauxhall: Shao Yen Chen

28.02.2012

Hoje marca o início da Paris Fashion Week e, consequentemente, os roteiros culturais da Cidade Luz são voltados para o universo da moda. Dentre as atividades programadas para esta semana está o salão Vauxhall, um showroom totalmente dedicado para novos talentos, que abre suas portas a partir do dia 01 de março. Reconhecido internacionalmente como uma das maiores forças por trás da criatividade na moda contemporânea, o Vauxhall Fashion Scout atua como um gerenciador de jovens designers, ao levar uma equipe de especialistas da indústria para avaliar os mais promissores recém-formados. Uma vez selecionados, os estilistas têm a oportunidade de mostrar seu trabalho por meio de desfiles, exposições, produções de fashion films e outras apresentações organizadas pela equipe da agência.

 

Há dez temporadas, o Vauxhall faz parte da programação da semana de moda londrina e coordena um showroom próprio em Paris, onde os associados podem comercializar suas criações. Um dos nomes confirmados para a edição de Outono/Inverno 2012/13 é Shao Yen Chen, revelação do fashion knitwear. Nascido em Taiwan, o estilista se mudou para Londres em 2003 para estudar na prestigiada Central Saint Martin. Essa época marcou o início de sua trajetória na moda ocidental, em que estagiou com grandes mestres como o falecido Alexander McQueen, Hussein Chalayan e Claire Tough. Com design único e atitude perfeccionista, Shao Yen conseguiu abrir sua própria label logo após a graduação, em 2010.

 

 

 

 

 

A coleção de Outono/Inverno 2012 traz as influências britânicas do estilista em uma reinterpretação do chamado “formalwear” (isto é, peças tipicamente associadas a ocasiões formais), que incorpora elementos da moda de rua e esportiva. Essa mistura é representada pelo uso do tweed e tricô (marca registrada de Shao Yen) junto a experimentações com couro e pele. Assim como as formas e os materiais, a cartela de cores remete tanto aos tons mais fechados, quanto às cores vivas típicas do graffiti das ruas.

 

 

Por representar tão bem a cultura urbana, Shao Yen foi convidado a participar de outros projetos como a Pop Up Store de Nicola Formichetti, a exposição “Power of Young and New” no museu MOCA em Taipei e o projeto “Bright Young Things”, que contempla a curadoria das vitrines da Selfridges London.

 

Para saber mais sobre Shao Yen Chen, acesse seu site oficial. E vamos apresentar mais talentos do Vauxhall aqui no site ao longo do ano, aguardem!

 

Camila Beaumord
Imagens: Divulgação – apresentação de Shao Yen Chen em Londres, 18.02.2012

 

Fechamento do Sul Fashion Week

1.02.2012

Estamos sumidos, eu sei, mas foi por um bom motivo. Encerramos a  segunda edição do Sul Fashion Week no último sábado! A gratificação de tocar um evento como esse é indescritível e, mesmo cientes de que há sempre espaço para melhorar, estamos contentes com a satisfação do público com esta edição.

 

Vamos por partes: o SFW nasceu com a proposta de ser uma semana de moda completa, com espaço para negócios, desfiles e uma programação educativa, para atender às necessidades dos diferentes nichos que compõem o setor. A oportunidade de se relacionar com o crescente mercado da região sul é o que trouxe consagradas grifes nacionais como Uma, Iódice, Huis Clos, Doc Dog, Folic, Richards e Maria Garcia para o showroom Premium do evento. “Esse é o primeiro showroom [fora o nosso] que participamos e estamos muito contentes,” afirma Carolina Munhoz, marketing da Doc Dog. “Além de fazermos contato com novos compradores, agendamos visitas com clientes da região sul no showroom do evento, por achar o ambiente adequado. Foi uma boa estratégia para nos aproximar ainda mais do mercado.”

 

 

 

Da mesma maneira, o evento abre possibilidades para marcas que pretendem fortalecer sua imagem e se lançar mais agressivamente no mercado. É o caso da gaúcha Anna Karenina, que além de expor no showroom, fez sua estreia na passarela do Sul Fashion Week.  “O evento foi muito positivo, sem dúvidas. Recebemos muitas visitas no estande, abrimos novos canais de relacionamento com lojistas diferentes. E ainda participamos dos desfiles, o que garante uma ótima exposição!” exclama a fundadora e estilista Anna Karina Zanol Northfleet. A presença de marcas de acessórios também fortaleceu o salão de negócios, ao complementar o mix de produtos oferecidos pelo evento. Para os compradores que pretendiam completar suas compras de inverno, as jovens designers com criações autorais e reconhecidas grifes do segmento mostraram ser ótimas opções.

 


 
Além da área business, a plataforma de informação de moda foi um sucesso, com lotação máxima em todos os dias. As palestras e oficina foram organizadas para atingir públicos distintos como estudantes, confeccionistas, compradores e outros profissionais da área, sendo ministradas por renomados empresários e educadores. “[Trabalhei com] um grupo forte, com muita experiência profissional, vontade e determinação,” elogia Celaine Refosco, diretora do Orbitato, que ministrou o workshop de Estampria Digital. O que só reforça o papel do Sul Fashion Week em suprir a necessidade de informação latente no mercado.

 

 

Em breve, divulgaremos detalhes sobre a terceira edição (sim, os planejamentos para a próxima já começaram!). Só para reforçar: a entrada para o showroom é gratuita e aberta para todos; apenas as palestras têm vaga limitada, devido à estrutura física da sala onde elas acontecem.

 

Camila Beaumord

Imagens: Pedro Caetano

 

As primeiras novidades de 2012

6.01.2012

O fim de ano foi intenso, mas agora – após um breve recesso – a redação da Catarina retorna com força total! 2012 mal começou e já estamos a mil com novos projetos relacionados à comunicação de moda, novidades na Revista Catarina e, é claro, a organização do Sul Fashion Week.

 

A semana de moda sulina acontecerá entre os dias 25 e 28 de janeiro, em Florianópolis. Quem se lembra da primeira edição sabe que uma de nossas propostas é atuar como o elo entre os talentos nacionais e estrangeiros. Por isso, em junho do ano passado, convidamos a dupla catalã Zazo & Brull para um desfile que narra a trajetória da marca. A exposição foi tão bem sucedida que os designers voltam agora, com sua mais recente coleção. Zazo & Brull participam do evento Barcelona 080, mas no Brasil, exibem suas criações com exclusividade no Sul Fashion Week.

 

A BAAM – Argentina Fashion Week  também marcará presença na semana do Sul. Criada há mais de 15 anos pelo empresário Héctor Vidal Rivas, responsável pelo vestuário de diversas séries de TV do país, a entidade conta com o consultor de luxo Abraão Ferreira como diretor criativo e possui caráter internacional, com edições que englobam a programação de eventos de outros países. Após as apresentações no Sul Fashion Week, a equipe argentina partirá para Paris, onde desfilarão na semana de moda francesa.

 

A participação dos estilistas Teresa Calandra, Marcelo Senra e Jorge Ibanez está garantida e encerrará o evento em Florianópolis, no dia 28 de janeiro. É importante ressaltar que, da mesma maneira que a semana brasileira abriu as portas para os criadores da Argentina, os organizadores da BAAM estarão presentes para conhecer os talentos nacionais e trazê-los para o line-up argentino, contribuindo com o intercâmbio de designers proposto pelo Sul Fashion Week.

 

Outra instituição confirmada é a Asociación de Nuevos y Jovenes Diseñadores Españoles (ANDE), de Madri, que entrou em contato conosco para expor o trabalho de talentosos profissionais espanhois. Patrocinada pelo Governo da Espanha, a associação também participa de referências no mercado como a feira Prêt-à-Porter em Paris, The Brandery (Barcelona) e Pure (Londres). O grupo de estilistas da ANDE inclui Sara Ostos e a marca Los Bocetos, que vêm ao Brasil pela primeira vez para exibir suas propostas para a temporada de Inverno 2012.

 

Croquis da estilista Sara Ostos

 

Em breve, divulgaremos todo o line-up de desfiles, que inclui renomados nomes nacionais também. Além da passarela, um mix de marcas Premium compõe nosso showroom de negócios, onde compradores qualificados podem realizar suas compras da temporada. A ideia é servir como uma verdadeira vitrine para os maiores talentos do Brasil, além de atuar como um viés para que marcas estrangeiras conheçam e incluam nosso país em sua rota de negócios.

 

O credenciamento para visitantes, jornalistas e compradores já está disponível no site, assim como outras informações sobre o Sul Fashion Week. Acesse e participe!

 

Camila Beaumord

 

 

 

 

 

 

Moda customizada

13.12.2011

Pensando em como a mulher gosta de estar bem vestida, com um look que caia bem com seu tipo físico, nasceu o Atelier 48. Nina Giacomini, formada em gestão de moda e modelo profissional há mais de 15 anos, juntou-se com estilista Dani Palma para lançar essa nova proposta, com o objetivo de satisfazer mulheres que gostam de exclusividade.

 

Lembrando os tempos da vovó, o Atelier 48 desenvolve peças sob medida, literalmente moldando cada biótipo para que a mulher se sinta linda. A cliente participa de todo o processo de produção, desde a escolha de tecidos e detalhes, mas sempre acompanhada do olhar experiente das sócias que entendem de moda.

 

Para saber mais sobre esse projeto, conversamos com a Nina, que revelou detalhes de seu processo de criação e o futuro da marca. Veja nossa entrevista exclusiva.

 

Revista Catarina: De onde surgiu a ideia de fazer roupas sob medida?

Nina Giacomini: Eu já havia pensado muito a respeito por não encontrar roupas que servissem em mim. Sou muito alta (1.78m) e por isso as peças ficavam curtas ou muito justas. Além disso, eu sou mãe, modelo e empresária. Preciso de roupas confortáveis e práticas, além de belas. Encontrei minha sócia Dani através de um amigo em comum e como Dani já tinha sua marca, nós nos unimos e aperfeiçoamos o que ela já fazia. Surgiu então o Atelier 48.

 

RC: Como é o processo de criação de vocês?

NG: Não temos um tema que nos inspira, pois não temos uma coleção. O que nos inspira é a história de cada mulher, o que ela faz, do que ela gosta, seu estilo de vida, esportes, hobbies, entre outras coisas. Desenvolvemos cada peça baseadas em uma história. Entramos no dia a dia de cada cliente para buscar a referência para aquela peça em específico. A partir do modelo escolhido, definimos junto com a cliente o tecido e o acabamento, para que a peça seja confeccionada.

 

RC: Como funciona o pedido das clientes?

NG: Elas podem criar junto conosco no Atelier. A estilista Dani Palma pode desenhar o modelo de acordo com a ideia da cliente. A cliente também pode mandar fotos ou escolher um modelo que já confeccionamos antes e colocar seu toque nele.

 

RC: Nesses tempos que em entender de moda é uma febre, com tantos blogs e sites sobre o assunto, vocês acham que com o Atelier 48, as mulheres se sentem um pouco como estilistas? Por escolherem um modelo e participarem dessa criação?

NG: Sem duvida. As clientes participam de todo o processo de criação da sua peça. Elas escolhem o modelo, acompanham o desenho junto à estilista, escolhem os tecidos, acabamentos, enfim… participam de todo o processo antes da roupa ser confeccionada.

 

RC: Qual o perfil da mulher que procura vocês?

NG: Atendemos desde pré-adolescentes até as vovós. Como não temos um padrão de produtos, nem uma tabela de medidas a seguir, conseguimos atender todas os perfis de mulheres.

 

RC: Vocês pretendem expandir o nicho de mercado para atender o público masculino também?

NG: Acredito que não. Nosso foco é vestir mulheres e como somos somente duas em todo o processo, precisamos nos focar no que amamos. Do contrário, não conseguiremos atender nosso publico com excelência.

 

RG: Vocês pretendem fazer uma coleção que não seja sob medida, com suas próprias criações?

NG: Neste momento, não. Eu penso em criar uma marca mais massificada ou assinar a criação de outra grife. Porém, não agora, em que me encontro tão focada na 48.

 

RC: Vocês já estão atendendo?

NG: Atendemos com hora marcada durante a semana e todos os domingos fazemos um encontro de amigas (e novas amigas) no Atelier, das 14h as 21h. Nesse dia, aproveitamos para colocar o papo em dia e as meninas fazem suas encomendas. Todos os tecidos disponíveis estão aqui nesses encontros e a estilista está disponível para criar os modelos diferentes. Damos bastantes risadas e tomamos um champanhe, é uma coisa bem descontraída.

 

As clientes de fora podem encomendar suas peças pelo nosso site. Lá, existe um book de fotos para ela pensar no modelo. Ela me escreve e eu entro em contato para decidirmos juntas o tecido e os detalhes.

 

RC: Quais sãos os objetivos da iniciativa e quais são as expectativas para 2012?

NG: Nosso objetivo é e sempre será atender todos os perfis de mulheres. Como nao existe corpo igual, medidas iguais, nem mulheres iguais, tentamos tornar a moda acessível a todas elas. Trazemos o que é moda e tendência e adaptamos isso ao corpo da cliente. Estamos sempre desenvolvendo novos modelos e atualizando o site para um contato mais fácil entre as clientes que estão longe e que querem fazer as suas peças conosco.

 

Se você se interessou pelo projeto, visite o site (http://www.atelier48.com.br/) ou o próprio Atelier, que fica na Lagoa da Conceição, em Florianópolis.

 

Bruna Pasternak

Imagens: Atelier 48

 

Diálogos Criativos mostram o futuro do design

24.11.2011

Três grandes criativos, atuando em áreas distintas, compartilharam suas experiências profissionais e discutiram a importância de mesclar talento com as unidades produtivas. O debate faz parte do evento Diálogos Criativos, que trouxe o arquiteto e designer gráfico Carlos Perrone, o estilista Ronaldo Fraga e o designer Marcelo Rosenbaum para a cidade de Pomerode no último sábado. Realizado pelo Orbitato – Instituto de Estudos em Arquitetura, Moda e Design, o encontro reuniu cerca de 200 pessoas para a discussão de temas relacionados à criatividade, inclusive o papel do Brasil atualmente no mundo.

 

Esse assunto foi abordado por Celaine Refosco, diretora do Orbitato, em seu discurso de abertura. Ela explicou como o país está sendo “descoberto” tanto pelos outros quanto pelos próprios habitantes, o que traz questões como o desenvolvimento sustentável e a educação a tona. Sobre o trabalho do Orbitato, bem como o dos convidados, Refosco reflete sobre a urgência de se repensar a educação para que esta seja não apenas transformadora, mas encorajadora e que faça com que as pessoas enxerguem com mais clareza suas potencialidades.

 

Com isso, Carlos Perrone iniciou sua palestra “Design: portas por-onde”, em que apresentou a indústria como algo intrínseco ao design, que é, essencialmente, pensado para a multiplicação.  “A fábrica não é mais virtuosa que o estúdio. Não há morada única para a virtude”, disse Perrone, ao explicar que o atelier do criador é importante como “vitrine”, um local para o exercício da criação, mas que o processo industrial é crucial.

 

Outro ponto-chave foi a discussão sobre cotidiano e criações a partir de uma identidade nacional. O professor chama a atenção para xenofobismos como a negação de culturas externas. “Muitas vezes, o jeito que nos vendem a nós mesmos é ardiloso, caricato e falso”, alertou, mas que “o que devemos recusar não são suas culturas, mas a imagem que eles querem ter da nossa”, citando a crítica literária, Leyla Moisés.

 

Após o intervalo, o estilista mineiro Ronaldo Fraga apresentou seu processo criativo e abordou importante tema para qualquer criativo. “Inspiração é enxergar no insuspeito algo que nos dê a leitura do que falta”, declarou. Refletindo sobre as mudanças dos últimos 60 anos, Ronaldo atenta para o fato de estarmos há trinta anos na era da informação, em que o valor do produto está mais no que ele representa do que no que ele realmente é.

 

Ronaldo Fraga em palestra

 

Já Marcelo Rosenbaum, criativo do quadro “Lar Doce Lar”, do programa da Rede Globo Caldeirão do Huck, focou em trabalhos desenvolvidos junto a comunidades carentes e na importância de se estimular o que as pessoas têm de conhecimento, o que fortalece a ideia do coletivo para melhorar a vida de todos. Com projetos que geram emprego e renda nos locais em que intervêm, Rosenbaum prefere se definir como um articulador.

 

Ao falar de Identidade e Cotidiano, tema da terceira edição de evento, Carlos Perrone observou que “se olharmos para nossas memórias afetivas, encontraremos o Brasil” com composições diferentes, mas uma mesma base. Ronaldo Fraga explora isso ao contar histórias em suas coleções que partem de interesses e curiosidades próprias. Rosenbaum, ao visitar e pesquisar processos e conhecimentos pelo Brasil, descobre novos materiais e estéticas.

 

Esses processos de auto-conhecimento e pesquisa levam, inexoravelmente, à inovação, o que faz com que o design seja uma peça-chave na indústria atualmente, como observou Rosenbaum ao comentar a história da indústria catarinense, que inicialmente era executora e que agora passa por um momento de reinventação. Para Perrone, “design é indústria, empresa, economia, tecnologia e desenvolvimento sócio-cultural”, coisas indissociáveis no mundo atual.

 

Para a organização do evento, o encontro foi fundamental para discutir formas de criar e integrar indústria, artesanato e autoralidade. “Estamos em um momento onde o mundo está cansado. E o Brasil tem uma vitalidade, um frescor e uma leveza que faz com que todo mundo se encante, e todo mundo quer ser encantado, o mercado quer se renovar. Para se renovar,é preciso ter dedicação, força vital… o que a gente tem, só precisa transformar essa força vital em um produto que responda a necessidade do mercado com sua autenticidade. Acho que isso faz falta no mercado e isso os catarinenses podem ter. Essas duas pessoas [Ronaldo e Marcelo] fazem isso nas suas carreiras muito bem e o fato de eles usarem a indústria como editora é uma coisa muito inteligente.”, concluiu Celaine Refosco.

 

Flávia Schiochet

Edição para o site: Camila Beaumord

 

Estamparia com tempero vietnamita

22.11.2011

Em nossa seleção de designers para a Catarina: The Asian Issue (edição especial da revista dedicada ao mercado oriental), deparamo-nos com o trabalho de centenas de criadores incríveis. Um deles é o vietnamita Nam Sinh, que infelizmente só não participará da publicação pela falta de imagens de suas mais recentes criações. Mas não poderíamos deixá-lo de fora, então dedicamos este espaço no site para vocês conhecerem o designer em primeira mão.

 

Estudante premiado na Vmode Academy of Fashion, Arts and Management (instituição renomada de seu país), Nam Sinh se aventura no mundo da estamparia têxtil. Em julho deste ano, foi um dos dez acadêmicos escolhidos para desfilar no Eau de Fashion Runway, evento desenvolvido pela revista DEP que conta com a coordenação da top  Xuan Lan. Após ter preparado uma coleção prêt-à-porter para as passarelas, Nam Sinh agora prepara uma linha de alta-costura, que deverá ser exibida em março de 2012.

trabalhos do artista com estamparia

 

Por enquanto, o reconhecimento do jovem vietnamita vem de seu trabalho com a estamparia e tinturaria, mas sua trajetória está apenas começando. “Para mim, a moda não é apenas uma paixão, é um longo caminho que me desafia todos os dias. Acredito que com paixão e esforço, conseguirei conquistar esse percurso que escolhi,” reflete Nam Sinh.

 

Camila Beaumord

 

A vez do F-commerce

9.11.2011

Se a corrida das marcas para implantar suas próprias plataformas de vendas online já estava intensa, imagine agora com a popularidade do comércio via Facebook. Exatamente: além das divertidas ações de compartilhamento, promoções e fotos, a rede social mais comentada dos últimos anos oferece a possibilidade de comercialização via páginas. A estratégia faz sucesso com marcas menores, que nem sempre estão equipadas para comportar um site exclusivo de e-commerce, e agora conquista as maisons de luxo também.

 

Grifes como Diane von Furstenberg, Bulgari e até mesmo Chanel já trabalharam com o F-commerce oferecendo uma prévia de algum lançamento ou produto específico, mas sempre em paralelo com suas próprias redes de e-commerce. A diretora de pesquisa do Luxury Lab, Maureen Mullen, explica que essa é uma maneira inteligente de conquistar fãs e anunciar novidades. Enquanto essas ações direcionam a conclusão da compra no site das marcas, a Oscar de la Renta  foi um passo além e se tornou a primeira grife de luxo a comercializar uma peça exclusivamente (e inteiramente) pelo Facebook. O anel Esprit d’Oscar, que apareceu na passarela da temporada de Verão 2012, foi o escolhido para essa iniciativa e divulgado para os 283.000 seguidores da marca.

 

“A comunidade da rede é obviamente enorme, massiva e com crescimento constante, e saber como comunicar efetivamente e conquistar as pessoas interessadas na marca é um importante objetivo,” explica o CEO Alex Bolen. “Sinto confiante que, se conseguirmos cativar as pessoas, elas se tornarão consumidores hoje, ou amanhã ou no futuro.”

 

Erika Bearman, a vice presidente de comunicações da Oscar de la Renta, também está segura com a atitude da grife. Conhecida como OscarPRGirl para seus seguidores no Twitter, Foursquare, Tumblr, Instagram e Facebook, Erika compartilha uma experiência positiva da ação. “Recebi uma direct message no Twitter de uma fã que não tem acesso ao Facebook em seu escritório e estava preocupada que o anel estaria esgotado quando chegasse em casa! Respondi imediatamente que, caso isso acontecesse, eu pessoalmente reservaria um peça para ela.”

 

O contato direto com as pessoas é um importante fator para o sucesso da Oscar de la Renta nessa empreitada. “Foi uma experiência para nós que não se limitará apenas para esse anel. Nos próximos seis meses, temos planos de introduzir cada vez mais novos produtos pelo Facebook,” conclui Bolen.

 

 

Camila Beaumord

Imagens: Divulgação