O design brasileiro de mobiliário será objeto de uma exposição entre 8 e 13 de abril, no Palazzo Affari ai Giureconsulti, em Milão, dentro do evento Brazil S.A. Com curadoria de Adélia Borges, a exposição “Origens do Brasil” reúne banquinhos de sentar contemporâneos, concebidos por povos indígenas, comunidades artesanais e designers brasileiros, das várias regiões do país.
Os bancos indígenas seguem formatos e grafismos plenos de significados, que atravessam gerações. Feitos em uma só peça de madeira, seus formatos variam. Alguns mimetizam animais como a onça, o macaco, o gavião ou o urubu; enquanto outros têm formas limpas que parecem saídas dos manuais da Bauhaus. Alguns são particularmente ricos nos grafismos. Já os bancos feitos por designers em alguns casos bebem direto da lição popular. Este é o caso de Sergio Rodrigues, que se inspirou no banquinho de tirar leite para criar seu celebrado Mocho, de 1954, um dos ícones do design brasileiro, e que em 2014 está fazendo 60 anos de vida.
“A exposição vai mostrar como uma mesma função – o sentar – pode gerar objetos totalmente diferentes entre si. Evidencia-se, assim, que a forma segue, sim, a função, mas vai além, expressando a cultura dos lugares em que os objetos são concebidos e elaborados”, diz a curadora Adélia Borges. Ela observa que o conteúdo da exposição reflete o multiculturalismo, “um valor seminal da cultura e do design brasileiros”. Adélia ressalta ainda a presença de grandes designers brasileiros na exposição, tais como Ilse Lang, Marko Brajovik, Pedro Useche, Sergio Mattos e Rodrigo Almeida, e a diversidade de procedência geográfica das peças apresentadas, que provêm de 12 estados brasileiros.
Sergio Rodrigues, Rio de Janeiro (RJ) – Foto: Mariana Chama Rodrigo Almeida, São Paulo (SP) – Foto: Mariana Chama Sergio Mattos, Campina Grande, Paraíba – Foto: Mariana Chama Rona Silva, Maceió, Alagoas – Foto: Mariana Chama Povo indígena Juruna, Alto Xingu, Mato Grosso – Foto: Mariana Chama Povo indígena Suyá, Alto Xingu, Mato Grosso – Foto: Mariana Chama Povo indígena Waurá, Alto Xingu, Mato Grosso – Foto: Mariana Chama