Precisamos de mais mulheres em cargos de liderança, e a chefe de recursos humanos da Nike Inc, Monique Matheson, afirmou que a empresa precisa acelerar a representação de mulheres e pessoas de cor nos níveis de liderança.
A declaração vinda de Monique só reforça a importância do protagonismo feminino em cenários empresariais, e mostra que ainda muitas corporações apenas ignoram a importância de igualar suas equipes em questões de gênero.
O evento ocorrido que acabou dando repercussão a iniciativa corporativa estabelecida por Monique, foi a demissão do ex presidente de vendas da Nike Trevor Edwards, no mês passado, devido à reclamações trabalhistas de funcionários sobre o comportamento do ex presidente.
Já o movimento “#MeToo”, que iniciou como uma hashtag com objetivo de denotar a prevalência de assédio sexual no local de trabalho e em outras áreas da vida, estimulou os funcionários da empresa a falar sobre o tema, tanto sobre assédio sexual como o moral.
Dentro na Nike, apenas vinte e nove por cento dos vice-presidentes da empresa são mulheres, enquanto a força de trabalho global da empresa está dividida entre 52% homens e 48% mulheres. Monique pretende acelerar o processo de representação e lançará programas de treinamento direcionados dentro da empresa, investirá em uma equipe de terceirização de diversidade, e também em “Treinamento inconsciente de preconceito” para todos os gerentes.
A marca vem trabalhando forte em sua comunicação e ações de marketing o empoderamento feminino e questionando os rótulos atribuídos às mulheres ao longo do tempo.
Para celebrar o Dia Internacional da Mulher em março, a Nike lançou em 2017 três teasers filmados, no Oriente Médio, Rússia e Turquia, com o objetivo de desafiar os estereótipos de gênero em cada região. “Nosso negócio para mulheres é uma das categorias que estamos sobrecarregando e colocando mais recursos, pois percebemos que é o setor com o maior potencial de crescimento e maior retorno”, diz Amy Montagne, vice-presidente e gerente geral da Global Nike Women’s. Confira o vídeo abaixo.
Alexa Andersen, atual diretora de marketing e merchandising da running footwear na Adidas, foi responsável por idealizar a campanha “Fearless AF” lançada em 2017 que teve como embaixadoras da marca seis atletas femininas, reforçando o poder das mulheres no esporte.
Nomes como Karlie Kloss fundadora do Kode Com Klossy e também supermodelo, Kathrine Switzer que foi a primeira mulher a dirigir oficialmente a Maratona de Boston, Mary Keitany que foi por três vezes campeã da maior maratona do mundo, Robin Arzon que é ultramaratonista e vice-presidente de programação de fitness do Peloton, além de Jessie Zapo que é corredora, treinadora e arte terapeuta, e Jen Rhines maratonista olímpica de longa distância. Todas essencialmente quebram os estereótipos femininos e representam as mulheres que criam seus próprios caminhos.
“As mulheres já estão empoderadas. Esta campanha é sobre a celebração de mulheres reais que enfrentam desafios de frente, desafiam convenções, se expressam e estimulam a criatividade em nome do esporte”. Assim Alexa definiu a campanha.
Além das empresas que atuam no mercado esportivo, grandes marcas têm aberto espaço para a direção feminina rompendo com as tradições dos últimos 70 anos, tanto no setor criativo ou de business. A crise existencial sofrida pela indústria nos últimos anos tem servido para mostrar novas perspectivas, como exemplo temos marcas como Givenchy e Dior substituindo seus diretores criativos por mulheres.
Atualmente a população mundial é de 7.500.000.000 habitantes com previsão de chegar a 8.000.000.000 até 2022, e desse todo 49,6% é composto por mulheres, um número muito grande para não ser considerado. O estímulo a liderança feminina através da criação de programas de mentoria e projetos voltados para educação tem ganhado força, e não devemos fechar os olhos para a importância dessa mudança de visão.
